Incentivos fiscais 2025: reduza sua carga tributária legalmente
Somente 18% das empresas brasileiras aproveitam incentivos fiscais, desperdiçando oportunidades que poderiam reduzir até 25% da carga tributária anual. O contador deve identificar os incentivos fiscais que a empresa pode pleitear; conhecer leis federais, estaduais e municipais; e estruturar projetos corretamente. Neste artigo mapeamos os mais relevantes, além de critérios de elegibilidade e processo de solicitação.
Lei do Bem: inovação que gera economia
A Lei do Bem (Lei nº 11.196/2005) concede incentivos fiscais federais para empresas que investem em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. Empresas no regime de Lucro Real que apuram lucro fiscal, mantêm regularidade fiscal, e realizam despesas de Pesquisa e inovação alinhadas ao Manual de Frascati se enquadram. Os benefícios incluem dedução no IRPJ e CSLL, depreciação acelerada de equipamentos e amortização de ativos intangíveis exclusivos para inovação tecnológica. Todavia, é obrigatório entregar o FormP&D à Receita Federal até 31 de julho do ano seguinte ao ano-base.
Exemplos práticos da Lei do Bem
Imagine uma empresa de médio porte que investe R$ 2 milhões em P&D: pode deduzir parte significativa desses gastos para o cálculo de IRPJ/CSLL, reduzindo seus impostos em dezenas de porcentagens. Caso também adquira máquinas e equipamentos destinados a PD&I, poderá aplicar depreciação acelerada ou amortização acelerada de ativos. Documentação bem organizada, equipe técnica identificada e centros de custo separados são essenciais.
Lei Rouanet Empresarial: cultura que também é vantagem
A Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) permite que pessoas jurídicas tributadas pelo IR deixem de pagar parte do imposto devido, destinando-o a projetos culturais aprovados pelo Ministério da Cultura. Empresas no regime de Lucro Real podem destinar até 4% do imposto de renda devido para patrocínio ou doação. Em contrapartida, existem exigências: regularidade fiscal, projetos aprovados pelo Salic e prestação de contas rigorosa.
Doação ou patrocínio: qual caminho seguir?
A doação não concede visibilidade para marca; o patrocínio sim. Nesse sentido, empresas que desejam associar imagem ao apoio cultural optam por patrocínio. Doações e patrocínios podem gerar deduções diferentes. Por exemplo, no Artigo 26, dependendo do tipo de apoio e projeto, as deduções variam entre 40% a 70% do valor investido.
PADIS — setor estratégico federado de semicondutores
PADIS é o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores. O programa oferece isenções de tributos federais, IPI, PIS e COFINS para empresas que produzem semicondutores, displays e insumos correlatos. Critérios: empresa deve operar nessa cadeia, comprovar regularidade e investir no desenvolvimento tecnológico ou inovação vinculada aos produtos. Também há exigência de manter registro e topografia dos circuitos integrados.
Incentivos regionais e municipais: oportunidades descentralizadas
Além dos incentivos federais, muitos estados e municípios concedem benefícios fiscais para atrair investimento, fomentar inovação, cultura ou desenvolvimento local. Exemplos incluem ICMS com redução ou isenção, crédito presumido, regimes especiais para determinados setores ou para regiões menos desenvolvidas.
Critérios comuns de elegibilidade
Para pleitear qualquer incentivo fiscal, sua empresa deve:
- Estar no regime certo de tributação (geralmente Lucro Real).
- Apurar lucro fiscal — sem prejuízo ou lucro fiscal suficiente para absorver deduções.
- Manter regularidade fiscal junto aos órgãos federais, estaduais e municipais.
- Ter documentação contábil robusta, controles de custos separados, relatórios técnicos, comprovação de gastos ou projetos.
- Atender critérios setoriais ou regionais específicos (como produção de semicondutores, cultura ou localização estadual).
Além disso, em muitos casos, há cronogramas, prazos, exigências processuais como formulários, autorizações ou prestação de contas. A OBSA contabilidade é especializada em planejamento tributário e ajuda empresas a mapear essas exigências e estruturar iniciativas legais para aproveitar incentivos fiscais.

Processo de solicitação: passo a passo
- Diagnóstico inicial: mapear quais incentivos se aplicam ao setor, estado ou município.
- Verificação de enquadramento legal: regime tributário, regularidade fiscal, capacidade técnica ou documental.
- Projeto ou proposta técnica (se exigido): no caso da Lei Rouanet, PADIS ou incentivos regionais que pedem edital ou proposta aprovada.
- Submissão junto ao órgão competente: Ministério, Secretaria Estadual ou Municipal de Cultura, Fomento ou Fazenda.
- Captação ou apresentação de patrocínio/doação (no caso da Rouanet), investimento direto e comprovação futura.
- Prestação de contas rigorosa e manutenção de documentos pelo prazo legal, para evitar glosas ou perdas de benefício.
O que sua empresa pode estar perdendo
Se sua empresa pertence à maioria que não utiliza incentivos fiscais, pode estar pagando tributos desnecessários, reduzindo margem de lucro e deixando de reinvestir. Por outro lado, ao estruturar corretamente, você pode economizar até 25% dos tributos anuais federais e estaduais e liberar recursos que podem financiar inovação, marketing ou expansão. Contudo, riscos como glosas, falta de documentação ou perda de prazos podem anular esses benefícios. Por isso, contabilidade não é custo, é alicerce.
Conclusão
Incentivos fiscais representam oportunidade real para empresas reduzirem carga tributária e ganharem competitividade. OBSA estrutura a legislação a seu favor. Com leis como Lei do Bem, Lei Rouanet, PADIS e incentivos regionais, empresas podem transformar impostos em investimento estratégico. Examine o panorama fiscal, cumpra requisitos, prepare documentação e solicite os benefícios certos. Assim sua empresa deixa de perder o que lhe pertence por direito.