Diferença entre Lucro Real e Lucro Presumido: entenda na prática

lucro real e lucro presumido

A diferença entre Lucro Real e Lucro Presumido pode impactar diretamente a saúde financeira de empresas de médio e grande porte. Antes de mais nada, esse ponto não é somente uma questão contábil: trata-se de uma decisão estratégica que influencia o lucro, o fluxo de caixa e a competitividade.

O que é Lucro Real?

O Lucro Real é o regime onde os tributos são calculados com base no lucro efetivamente apurado, após todas as receitas e despesas da empresa. Em outras palavras, esse modelo exige um controle contábil mais rigoroso.

Exemplo prático:

Uma indústria com receita de R$ 10 milhões, despesas dedutíveis de R$ 8 milhões, paga IRPJ e CSLL sobre R$ 2 milhões de lucro. Se o lucro for menor, os tributos também diminuem.

O que é Lucro Presumido?

No Lucro Presumido, o governo presume uma margem de lucro com base na receita bruta. Ou seja, a tributação é fixa, independentemente do lucro real.

Exemplo prático:

Uma empresa de serviços com receita de R$ 10 milhões tem presunção de 32%. Logo, IRPJ e CSLL incidem sobre R$ 3,2 milhões, mesmo que o lucro real seja menor.

Diferença entre Lucro Real e Lucro Presumido em detalhes

A diferença entre Lucro Real e Lucro Presumido não está somente na forma de cálculo. Além disso, envolve também obrigações acessórias, riscos fiscais e possibilidade de planejamento tributário.

1. Tributação

  • Lucro Real: IRPJ (15% + adicional de 10%) e CSLL (9%) sobre o lucro contábil.
  • Lucro Presumido: IRPJ e CSLL incidem sobre base presumida (8% para comércio; 32% para serviços).

2. Apuração de tributos

  • Lucro Real: Pode ser trimestral ou anual. Ainda mais, possibilita compensação de prejuízos fiscais.
  • Lucro Presumido: Sempre trimestral. Contudo, sem compensação de prejuízos.

3. Obrigações acessórias

  • Lucro Real: Exige ECD, ECF, Lalur, controle rigoroso de estoque e documentação fiscal.
  • Lucro Presumido: Nesse sentido, há menor complexidade documental.

4. Empresas obrigadas ao Lucro Real

Empresas com receita acima de R$ 78 milhões anuais ou que exercem atividades financeiras devem, definitivamente, adotar Lucro Real obrigatoriamente.

Quando optar por Lucro Real?

Lucro Real é vantajoso quando:

  • A margem de lucro é inferior à presumida.
  • Há muitas despesas dedutíveis.
  • A empresa opera com sazonalidade ou instabilidade de receita.
  • A empresa atua em segmentos com baixa previsibilidade de receita, como tecnologia e inovação.

Exemplo adicional:

Uma startup com receita crescente, mas margens apertadas e muitos investimentos, consegue economizar tributos ao apurar o lucro real trimestralmente e compensar prejuízos. Assim, mantém o caixa saudável.

Quando optar por Lucro Presumido?

Lucro Presumido é vantajoso quando:

  • A margem de lucro é superior à presumida.
  • O controle contábil da empresa é mais simples.
  • Não há muitas despesas dedutíveis.
  • A empresa atua em setores tradicionais com margens previsíveis, como comércio varejista ou serviços administrativos.

Exemplo adicional:

Uma clínica médica com margens altas e estrutura enxuta pode pagar menos tributos no Presumido. Portanto, mesmo com base de cálculo maior, a carga efetiva será menor.

Lucro Real e Lucro Presumido: Impactos financeiros da escolha errada

Escolher o regime errado pode resultar em:

  • Pagamento de tributos acima do necessário.
  • Inviabilidade de aproveitamento de créditos fiscais.
  • Multas por erros na apuração.
  • Redução da competitividade frente a concorrentes que optam pelo regime mais vantajoso.

Exemplo:

Uma empresa de serviços com lucro real de somente 5% pagaria menos tributos no Lucro Real. Por outro lado, se estiver no Presumido, pagará sobre 32%, aumentando a carga tributária.

Comparativo por segmentos de mercado

Indústria

  • Geralmente, margens menores.
  • Alto volume de despesas operacionais.
  • Lucro Real costuma ser mais vantajoso.

Serviços

  • Margens geralmente mais elevadas.
  • Se não houver despesas significativas, o Presumido pode ser mais eficiente.

Comércio

  • Margem varia por nicho.
  • Se a margem bruta for alta e controle simples, o Lucro Presumido pode funcionar.
  • Caso haja operações interestaduais complexas, o Lucro Real pode compensar.

Como decidir corretamente?

A decisão deve considerar:

  • Histórico de lucratividade.
  • Nível de controle contábil.
  • Complexidade fiscal da operação.
  • Planejamento de longo prazo.

Sobretudo, o acompanhamento contábil mensal permite revisar a escolha antes do encerramento do ano fiscal. Em síntese, é fundamental simular os dois regimes com base em dados reais e projetados.

A contabilidade como ferramenta estratégica

A diferença entre Lucro Real e Lucro Presumido só é bem aproveitada com uma contabilidade ativa. Empresas que tratam a contabilidade como mera obrigação perdem, portanto, oportunidades de economia.

A OBSA é especializada em planejamento tributário. Assim, atuamos para transformar informações contábeis em estratégias que geram lucro e segurança.

Por fim, escolher entre Lucro Real e Lucro Presumido não é uma tarefa trivial. Requer análise, projeção e acompanhamento constante. Dessa forma, o regime ideal é aquele que maximiza o lucro líquido após tributos.

Quer saber mais sobre Gestão Contábil? Então, acesse outras publicações em nosso Blog.

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